quinta-feira, junho 21, 2007

provincianismo

Há dias em que me passo completamente com a mentalidade pequena e limitada de algumas pessoas deste país. Sinto-me assustada com algumas ideias e maneiras de viver. Se isso já me irrita quando o vejo de fora, em indivíduos que não conheço e que não têm nenhuma influência directa na minha vida, o pior de tudo é quando me apercebo das que têm ou tiveram realmente conexão directa comigo. Fico tão irritada. Não sei se com elas ou comigo, por não ter reparado nisso antes. E por pensar que andei a perder anos da minha vida com parvoíces e mesquinhices sem sentido, retrógradas e desgastantes.
Bem, nestes dias só mesmo uma dose de coisas agradáveis é que me distrai e deixa recuperar um pouco do bom humor.
Esta mentalidade provinciana de que tanto o português se orgulha é algo que não nos vai deixar evoluir para onde acho que todos desejaríamos, seja a que nível for. Devemos ser dos países da Europa com pior qualidade de vida, a todos os níveis. Económico, de lazer, desportivo, cultural... Há muita gente que diz que está tudo relacionado e que não tivermos muito dinheiro nem salários europeus nunca poderemos ter boas férias ou ocupar bem os nossos tempos livres. Não concordo completamente. A mentalidade conta muito. Quantas coisas interessantes e baratas podem ser feitas no nosso dia-a-dia para aumentar a nossa qualidade de vida e baixar as nossas ansiedades, stresses e depressões? Muitas. Quantas pessoas as fazem? Poucas.
Sou uma revoltada constante contra esta nossa forma de vida tão estúpida e massacrante em que o número de horas que trabalhamos por dia conta muto mais do que a real eficiência do que fazemos. Que destrói vidas, relações, sonhos e desejos para o futuro. Se sou uma fanática? Não. De modo nenhum. Só sou apologista da normalidade e do meio termo. Estou cansada de fanatismos, manifestem-se eles de que forma for.

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