quarta-feira, novembro 22, 2006


Hoje de manhã adormeci mais do que devia. Acho que do cansaço acumulado de montes de tempo. Estou sempre a dizer isto mas parece que realmente há dias em que o meu organismo tem de recuperar.

Agora não estou com muita mais imaginação para escrever. Só que isto está a ficar um vício bem grande e dou por mim nesta página sem saber sequer por onde começar a conversa!

Tenho sono!

Tenho de começar com o artigo de Braga e não sei por onde!

terça-feira, novembro 21, 2006

Sinceramente tua




Hoje de manhã, ao vir para a faculdade, vinha a ouvir esta música lindíssima cantada por um dueto maravilhoso. Cada vez que a ouço sinto-me a flutuar e passo para uma nova dimensão!

Pensei logo em encontrá-la e publicá-la aqui.
Tinha mesmo de o fazer! Felizmente consegui encontrar (mas o que é que nos dias de hoje não se encontra na internet?).


Sinceramente tua
Maria Bethânia e Juan Manuel Serrat

Não escolhas só uma fatia
me aceita como eu me dou
inteira e tal como sou
não se engane à luz do dia.
Sou sinceramente tua
mas não quero ir, meu amor,
pela tua vida de visita
vestida para a ocasião.
Preferiria com o tempo
me reconhecer sem rubor.

Conta ao teu coração
que existe sempre uma razão
escondida em cada gesto.
Por detrás ou pela frente
cada qual é diferente
cada um tem seu defeito.
Nunca é triste a verdade,
o que ela não tem é jeito.

Y no es prudente ir camuflado
eternamente por ahí.
Ni por estar junto a ti
ni para ir a ningún lado.
No me pidas que no piense
en voz alta, por mi bien,
ni que me suba a un taburete,
si quieres, probaré a crecer.

Es insufrible ver que lloras
y yo no tengo nada que hacer.
Cuéntale a tu corazón
que existe siempre una razón
escondida en cada gesto.
Del derecho y del revés,
uno sólo es lo que es
y anda siempre con lo puesto.
Nunca é triste a verdade,
o que ela não tem é jeito.

segunda-feira, novembro 20, 2006

para L.

Há alturas na vida em que realmente me ponho a pensar se não haverá mesmo um sentido para tudo o que nos acontece. Se não se trata mesmo tudo de um plano arquitectado, muito bem arquitectado por sinal. O meu entendimento do mundo sempre foi desprovido de um ser sobrenatural ou religioso que nos guiasse ou orientasse o que se passa na nossa vida. Mas não consigo deixar de pensar que, se quisermos mesmo pensar no que nos vai acontecendo, encontramos por vezes acontecimentos que são muito mais do que meras coincidências.
Se nos últimos meses da minha vida não tenho conseguido encontrar um sentido para tudo o que me aconteceu, é porque isso demora tempo. Porque quando se tem uma estrutura montada é muito difícil deixá-la cair para voltar a poder reconstruí-la outra vez, de uma forma muito mais sólida e estável. É preciso passar por sofrimento e dor para conseguir ultrapassar. É preciso deixar para trás sentimentos negativos. É preciso deixá-los ir. É preciso aprender a deixá-los ir!
Se há um sentido na vida para tudo, também haverá uma espécie de missão para cada indivíduo. E a minha missão, tenho vindo cada vez mais a percebê-la, é contar histórias, verdadeiras ou não. É aquilo em que mais me irei realizar enquanto ser social. Sei disso há algum tempo. Noto-o cada vez mais a crescer dentro de mim. Quero contar as histórias de outras pessoas. Não só a minha. Quero ter tempo para o fazer. Preciso disso.

Toda esta introdução para contar que ontem, quando andava desnorteada e sem saber onde ir buscar forças para sobreviver a um domingo que eu considerava deprimente, encontrei alguém que me fez relativizar o meu sofrimento e a minha dor e, mesmo sem saber, me deu forças para enfrentar mais não sei quantas desavenças da vida.
A L. é uma colega de faculdade, da minha idade, que tem cancro de mama há cerca de 5 anos. O diagnóstico foi tardio, por incompetência dos médicos a que foi recorrendo e falhas em todos os exames por eles efectuados. Como pessoa com formação médica que é, e com alguns antecedentes familiares, ao notar o aparecimento de um nódulo num dos peitos, desconfiou logo do que se estava a passar. Mas foi preciso ir a 7 médicos diferentes e ter já metástases no fígado e nos ossos para o diagnóstico profissional ter sido feito. Entretanto a vida dela, já desde muito nova recheada de problemas, mudou radicalmente para pior. E cada vez pior. Para além de todos os problemas de saúde e das suas aventuras por entre os meandros dos hospitais e dos serviços de oncologia, toda a sua vida está também recheada de problemas pessoais dos mais graves que se possam imaginar. Mas muito graves mesmo!
Depois de ouvir a sua história, contada na primeira pessoa, ficamos a pensar que não é possível tanta desgraça acontecer a uma só pessoa. Mas a realidade é que é. E ela não mascara nada. Não usa eufemismos. Não embeleza nada. Conta tudo de uma forma crua e real. As palavras entram-nos pelos ouvidos e ficam lá retidas. Sabemos que vão lá ficar até ao resto das nossas vidas. Para sempre.
Apercebi-me de que aquilo a que ela se agarra para sobreviver são às coisas pequenas e mais insignificantes que existem. Para ela são as mais importantes no mundo. As que a fazem ter um pouco de sanidade mental e não querer acabar com a vida. São coisas que a nós, seres também mortais mas que vivemos com a ideia irracional de que vamos durar para sempre, nos passam ao lado na maior parte dos dias. Temos de abrir os olhos e olhar para casos com este para nos apercebermos da fragilidade do ser humano e do nosso objectivo máximo enquanto vivemos. O que queremos da vida? O que nos faz felizes? O que nos realiza? De repente tudo se pode alterar e aí já pode ser tarde para recomeçar! Por muitos muros que eu já tenha visto à minha frente, nunca vi nenhum como o dela. Ninguém de todas as outras pessoas que eu conheço o viu.
Hoje quis fazer-lhe aqui uma pequena homenagem. Sei que provavelmente ela nunca vai ler isto mas como ela gosta muito de arte vou deixar aqui ficar uma imagem bonita do Monet.
Para ti L.!






sexta-feira, novembro 17, 2006

mais frio


Chegou o Inverno à capital, ou seja, chegaram as temperaturas abaixo dos 15ºC! Ontem, pela primeira vez este Outono, o termómetro do meu carro marcava 10ºC, temperatura exterior.

Filme da noite passada: A Ciência dos Sonhos. Gostei, por várias razões, uma das quais é o actor principal, de quem sou fã. O rapaz é poliglota - fala espanhol, inglês e francês.

Mas realmente não me parece ser um filme consensual, nem toda a gente gostou. Há um outro filme do mesmo realizador que eu gostava de ver, chamado o Despertar da Mente (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, Realização: Michel Gondry. Intérpretes: Jim Carrey, Kate Winslet, Elijah Wood, Mark Ruffalo, Kirsten Dunst, Tom Wilkinson, Jane Adams, David Cross. Nacionalidade: EUA, 2004). Vale a pena investir nisto!

terça-feira, novembro 14, 2006

sexta-feira, novembro 10, 2006

lisboa, je t'aime... e um gato



O filme Paris Je t'aime que vi na noite passada é bonito. Por acaso costumo embirrar um bocado com curtas metragens mas as várias histórias estavam tão bem encadeadas e enquadradas numa cidade tão bonita que eu acabei por adorar o filme.
Nunca fui a Paris. É uma grande lacuna no meu conhecimento global. Mas tenho a ideia de que Paris será como Veneza - são cidades onde é mau ir-se desacompanhado. As cidades do amor. O meu Pai disse-me, ao chegar a casa, que Paris é a cidade mais filmada da história do cinema.
Hoje de manhã tinha um gato deitado em cima do meu carro, a dormir ao Sol. Penso que é o gato da merceeira da minha rua. É muito bonito e manso. Tem os olhos cinzentos. Quando me aproximei e lhe disse que tinha de sair dali e ir dormir a soneca para outro lado, não me ligou nenhuma! Fiz-lhe um festinha na cabeça e, aos poucos, ele lá se foi convencendo que tinha mesmo de fazer algo se não queria vir passear comigo até monsanto. Levantou-se, espreguiçou-se e percorreu todo o cimo do carro até à parte da frente, onde se voltou a deitar. Ri-me sozinha! Ele parecia mesmo estar a gostar da sorna que o meu carro lhe proporcionava! Só quando pus o motor a funcionar é que ele se resolveu de vez a saltar para o chão. Pedi-lhe desculpa pelo mau jeito!
Lisboa, je t'aime...

quarta-feira, novembro 08, 2006

NS

Que dia bonito hoje!
Sinto-me mesmo bem comigo.
Gostava de saber fazer poesia.
Gostava de ter dormido mais hoje.
Mas de qualquer forma já não foi mau.
Estou descansada.
Bem disposta.
Mas sem vontade de fazer.
Os ensaios de Nelson-Somogyi.

sexta-feira, novembro 03, 2006

sonhos variados

E os 20 graus continuam. Bola para a frente com o tempo tropical!
Eu já disse e continuo a acreditar que este ano vou passar o Natal de t-shirt, o meu sonho de sempre finalmente concretizado!
O melhor na vida é termos sonhos muito pequeninos e simples pois dessa forma é sempre possível ir concretizando alguns. A vida de um ser humano sem sonhos é uma tristeza. Acho que nos é intrínseco tê-los.
Até o meu sobrinho de um ano e meio os tem, concerteza. Nos primeiros dias em que foi para o colégio tinha era pesadelos de noite, coitado. Acordava a chorar, assustado e muito agitado. Neste momento da vida dele os sonhos devem prender-se com comer o melhor e mais bem preparado prato de Nestum ao lanche, conseguir encadear todas as molas da roupa da minha mãe, correr atrás das pombas no jardim, ligar e desligar pelo menos umas cem vezes por dia todos os electrodomésticos que tem à mão e ver mais um episódio do Noddy.
À medida que crescemos os nossos sonhos vão passando a ser cada vez mais complexos e quanto a mim o maior desafio do Homem adulto é voltar a ter os mesmo sonhos simples que tinha quando era pequeno! É tão bom ver o sorriso do meu sobrinho quando vê uma coisa de que gosta muito! E senti-lo a dar-me a mão e puxar-me para ir ao meu quarto ligar a minha aparelhagem e dançar!


(a propósito de sonhos fica aqui um mar de sonho...)