sexta-feira, fevereiro 01, 2008

justiça?

Hoje fiz uma remodelaçãozinha no layout do blog. Em parte para comemorar comigo mesma o ter acabado a primeira versão da minha tese, que irá agora ser submetida aos olhares críticos dos meus (três) orientadores. As últimas palavras foram as que custaram mais a sair. Acho que por já estar um bocado saturada de passar os meus dias inteiros a pensar nos mesmos temas. Agora preciso de uma pausa de alguns dias para poder voltar a olhar para tudo com outros olhos.
(É incrível como estas minhas últimas palavras são válidas para o trabalho mas para tudo o resto na vida também).
Ontem fui finalmente ver o filme "Atonement"; em português "Expiação" (finalmente uma tradução bem feita!). Gostei. Ia preparada para um drama do pior e devo ter exagerado tanto nessa preparação que acabei por achar que o drama era grande, sim, mas nada que não conseguisse aguentar visualizar no ecrã. Mais uma vez a grande máxima de que quem se lixa é o mexilhão pode ali ser aplicada. Há pessoas a quem tudo acontece, apesar de, aparentemente, não o merecerem. Realmente há forças contra as quais não se consegue lutar. Parece que a desgraça está pré-destinada. E atenção, eu não acredito muito nas coisas do sobrenatural ou na teoria de que um deus potente e omnipresente se está a divertir, jogando com as nossas vidas como lhe apetece. Mas acredito que há condições que se conjugam para tudo correr muito bem... ou muito mal... Agora a questão de quem é que controla essas condições, essa é mais complexa. Não tenho resposta para isso. Quem me dera ter, porque esse ser já me tinha ouvido! A vida pode mesmo ser injusta, por vezes. Foi injusta para os personagens do filme. Eu sinto que há ocasiões em que é também muito injusta para comigo e para muitas outras pessoas que conheço, e de quem gosto. No fundo deve sê-lo para quase toda a gente, pelo menos numa ou noutra ocasião das suas vidas. Não sei.

Esta semana encontrei-me com a M., que veio viver para Portugal durante 3 anos, acompanhando o seu homem. Identifico-me com ela porque já vivi algo semelhante. Já fui emigrante no meu próprio país. E senti-me pior do que se tivesse ido para 5000 kms de distância, disso tenho a certeza. Gostaria de contribuir para que ela se sinta melhor do que se sente actualmente. É a rede de ajuda que eu defendo há montes de tempo e que poderia fazer do mundo um local muito melhor. Acho importante ajudar pessoas, mesmo que não tenham sido exactamente elas a ajudar-nos previamente. O importante é que outras ajudaram. E que podemos contribuir para melhorar a vida de outras.

Vou-me embora de fim-de-semana...

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