terça-feira, fevereiro 26, 2008

O escafandro e a borboleta

O bom tempo voltou e agora já parece mesmo primavera. Embora eu pense que isto depressa pode ficar outra vez a 10ºC...
No fim de semana passado fui ver um filme que tinha deixado escapar quando esteve nas salas de cinema há uns meses atrás: O escafandro e a borboleta. Já tinha uma ideia do que me esperava e confesso que estava com um pouco de receio de ficar com um estado de espírito depressivo depois de o ver. Mas não. A desgraça é muito bem contrabalançada com o sentido de humor do narrador.
Aprendi bastante com este filme. É aquela história de que de um momento para o outro a nossa vida ou a dos que nos rodeiam pode mudar drasticamente, etc, etc. Sim, isso é uma das conclusões básicas lá presentes. É muito importante ter essa consciência, sem no entanto ficar paranóico.
Mas outras ideias interessantes estavam também lá focadas. Por exemplo, a dedicação que pessoas que não o conheciam pessoalmente antes do AVC tinham à sua causa. A determinação delas em fazer da vida dele algo a que se pudesse dar o nome de válido. A tristeza e a raiva com que a sua ortofonista recebeu a frase "quero morrer". O facto curioso de que nenhuma das ex-namoradas ou amantes tenham lá aparecido para o visitar e ajudar a ultrapassar aqueles dias tão iguais e vazios. Que solidão assustadora. A mãe dos seus filhos (que ele abandonara) era, no final de contas, a única presença feminina do seu passado. E os próprios miúdos, a única família de sangue que podia estar presente. É um bom filme. É uma história verídica.

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